domingo, 20 de junho de 2010

O Despropósito Do Dia de Hoje


Na semana passada eu sentia medo por precisar de nota em algumas provas na faculdade. Pegar DP não estava nos meus planos ( eu imagino que não está nos planos de uma só alma desse mundo) e dificultaria ainda mais as coisas: eu teria que deixar de fazer alguma matéria do meu semestre para repetir uma do anterior. Não! Isso é dor de cabeça. É melhor estudar muito e passar em tudo.

Eu fiz isso. É verdade que nem todas eu estudei muito, mas quanto mais nota eu precisei, mais eu estudei. Eu assumi também uma postura confiante antes dos testes dessa semana, mas eu guardei isso para mim: nada de ficar contando vantagem antes da hora, isso costuma não dar muito certo comigo. Bom, o resultado foi um 8, um 9 e outro 9. Nada mal para quem precisava de um 6, um 3 e um 4, respectivamente.

O medo passou. Só que o esperado alívio não veio. A euforia pelas boas notas borbulhou dentro de mim por uns poucos minutos e depois foi embora. Agora tudo é indiferente, passei em tudo, legal...

Alguns sentimentos são tão inconsistentes. É claro que eu não queria viver eternamente com um medo bobo, mas quando esse tipo de desafio, o de não pegar dp - ainda mais no caso de matérias cujo meu histórico não é dos melhores, como essas - é superado, tudo fica OK demais.

Talvez eu pudesse valorizar mais as minhas pequenas conquistas, mas acho mesmo é que neste momento eu esteja precisando me ocupar com algo mais útil.

Vou comprar umas cervejas, tem jogo do Brasil na Copa logo mais.

Uma História Com Você

Parte 1
A pouco mais de quinze dias eu te vi pela primeira vez. O ambiente era propício à abordagem então eu decidi desfrutar do prazer em ver você desenvolver uma conversa comigo. Os assuntos eram de pouca relevância naquele momento, mas tudo o que você disse me deixou ainda mais encantada não só pela sua beleza mas também pela sua maneira de falar, os seus gestos um pouco tímidos e até a sua presunção intelectual, tudo em você era gracioso.

Eu deixei que as coisas acontecessem na sua velocidade porque eu não estava lá para impor nada, eu queria mesmo era ver você se expressar. Seus amigos ficaram impacientes e se divertiram com a sua passividade. Eu apenas sorri.

Até o momento em que eu senti que devia mostrar o meu interesse, fui delicada mas você foi mais, eu te beijei.




As estrelas brilharam lá no céu, não tenho dúvida disso. Tive a sensação que beijava um anjo: a sincronia dos meus lábios tocando os seus foi tão perfeita que eu te queria mais e mais. Fiz movimentos leves na sua nuca e toquei seus cabelos curtos, macios e desarrumados com cuidado e satisfação.

Qualquer coisa que você tenha dito, se é que falou mesmo, eu concordei. Minhas amigas me chamavam, precisavamos voltar à base de observação do grupo, mas eu relutava, não queria ver mais ninguém e fazia questão que você soubesse disso. Eu acabava indo com elas, mas sentia dentro de mim uma vontade irreprimível de te olhar novamente, seus beijos eram os mais doces, então meu corpo e minha mente acabavam voltando pra você.

Nos dois dias seguintes eu te vi e você me viu. Mas a coragem é inconstante nos encantados, eu não consegui ir falar com você. Por algum bloqueio inexplicável e malévolo eu me mantive estática te apreciando de longe. É claro que você poderia ter tido a atitude de falar comigo, mas você correspondeu com a mesma descrição de sempre, o que era até previsível.

Tivemos uma chance de reencontro, eu investi pelas beiradas, conversei com os seus amigos e pedi que me infomassem se você estava interessado nas garotas com as quais conversava, você pediu para dizer que sim. Isso despertou nelas uma curiosidade natural, elas resolveram falar comigo e eu as reconheci: - vocês são minhas bichetes. Elas, que pareciam não partilhar do mesmo pseudo interesse que você, foram dar uma volta.

Ora, você estava fazendo um joguinho, mas eu não aceitei aquela situação e fui falar com você contra a sua vontade. Ao perguntar porque você não vinha falar comigo longe dos seus amigos, obtive a desagradável resposta que você não conseguiria se livrar deles. Você partiu eu coração.

Ohhhh my God! Eu queria descobrir por que você me tratava com tamanho desdén quando eu tinha as melhores intenções. Você foi capaz de me levar ao céu e ao inferno em tão pouco tempo.


Parte 2



O relógio já deu mais algumas voltas e eu começo a perceber que tudo não passou de um sonho de viagem (não posso dizer de verão porque em junho é outono). Eu te conheci naquele momento mágico e me deixei viver ao gosto de um bom e inocente desejo porque eu pude.

Não que eu vá me esforçar em te esquecer, muito pelo contrário,vou guardar as lembranças do nosso momento juntos como uma experiência que eu mereci viver e que trouxe à tona uma sensibilidade prazeirosa, uma felicidade infantil que há tempos eu não sentia. Você foi especial na minha vida e eu jamais esquecerei isso.

Mas a verdade é que assim como eu te mereci naquelas circunstâncias, uma conquista reconhecida, hoje eu mereço não sofrer por um amor tão efêmero, ainda que cheio de significado, como foi o nosso.

Eu fico imaginando aqui o que você deve pensar de mim, qual o teor das lembranças que você guardará, porque alguma coisa você vai manter disso tudo. Ou seria possível que um romance tão memorável, como foi para mim, tenha sido só mais alguma pegação despretenciosa para você?

É uma possibilidade... Mas se bem que eu prefiro nem saber. É uma forma de proteger minha mente e meu coração e permitir que eles encontrem novos sonhos para se ocupar.