domingo, 20 de junho de 2010

Uma História Com Você

Parte 1
A pouco mais de quinze dias eu te vi pela primeira vez. O ambiente era propício à abordagem então eu decidi desfrutar do prazer em ver você desenvolver uma conversa comigo. Os assuntos eram de pouca relevância naquele momento, mas tudo o que você disse me deixou ainda mais encantada não só pela sua beleza mas também pela sua maneira de falar, os seus gestos um pouco tímidos e até a sua presunção intelectual, tudo em você era gracioso.

Eu deixei que as coisas acontecessem na sua velocidade porque eu não estava lá para impor nada, eu queria mesmo era ver você se expressar. Seus amigos ficaram impacientes e se divertiram com a sua passividade. Eu apenas sorri.

Até o momento em que eu senti que devia mostrar o meu interesse, fui delicada mas você foi mais, eu te beijei.




As estrelas brilharam lá no céu, não tenho dúvida disso. Tive a sensação que beijava um anjo: a sincronia dos meus lábios tocando os seus foi tão perfeita que eu te queria mais e mais. Fiz movimentos leves na sua nuca e toquei seus cabelos curtos, macios e desarrumados com cuidado e satisfação.

Qualquer coisa que você tenha dito, se é que falou mesmo, eu concordei. Minhas amigas me chamavam, precisavamos voltar à base de observação do grupo, mas eu relutava, não queria ver mais ninguém e fazia questão que você soubesse disso. Eu acabava indo com elas, mas sentia dentro de mim uma vontade irreprimível de te olhar novamente, seus beijos eram os mais doces, então meu corpo e minha mente acabavam voltando pra você.

Nos dois dias seguintes eu te vi e você me viu. Mas a coragem é inconstante nos encantados, eu não consegui ir falar com você. Por algum bloqueio inexplicável e malévolo eu me mantive estática te apreciando de longe. É claro que você poderia ter tido a atitude de falar comigo, mas você correspondeu com a mesma descrição de sempre, o que era até previsível.

Tivemos uma chance de reencontro, eu investi pelas beiradas, conversei com os seus amigos e pedi que me infomassem se você estava interessado nas garotas com as quais conversava, você pediu para dizer que sim. Isso despertou nelas uma curiosidade natural, elas resolveram falar comigo e eu as reconheci: - vocês são minhas bichetes. Elas, que pareciam não partilhar do mesmo pseudo interesse que você, foram dar uma volta.

Ora, você estava fazendo um joguinho, mas eu não aceitei aquela situação e fui falar com você contra a sua vontade. Ao perguntar porque você não vinha falar comigo longe dos seus amigos, obtive a desagradável resposta que você não conseguiria se livrar deles. Você partiu eu coração.

Ohhhh my God! Eu queria descobrir por que você me tratava com tamanho desdén quando eu tinha as melhores intenções. Você foi capaz de me levar ao céu e ao inferno em tão pouco tempo.


Parte 2



O relógio já deu mais algumas voltas e eu começo a perceber que tudo não passou de um sonho de viagem (não posso dizer de verão porque em junho é outono). Eu te conheci naquele momento mágico e me deixei viver ao gosto de um bom e inocente desejo porque eu pude.

Não que eu vá me esforçar em te esquecer, muito pelo contrário,vou guardar as lembranças do nosso momento juntos como uma experiência que eu mereci viver e que trouxe à tona uma sensibilidade prazeirosa, uma felicidade infantil que há tempos eu não sentia. Você foi especial na minha vida e eu jamais esquecerei isso.

Mas a verdade é que assim como eu te mereci naquelas circunstâncias, uma conquista reconhecida, hoje eu mereço não sofrer por um amor tão efêmero, ainda que cheio de significado, como foi o nosso.

Eu fico imaginando aqui o que você deve pensar de mim, qual o teor das lembranças que você guardará, porque alguma coisa você vai manter disso tudo. Ou seria possível que um romance tão memorável, como foi para mim, tenha sido só mais alguma pegação despretenciosa para você?

É uma possibilidade... Mas se bem que eu prefiro nem saber. É uma forma de proteger minha mente e meu coração e permitir que eles encontrem novos sonhos para se ocupar.

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